25 de agosto de 2011

Belphegor : 'Não é uma perda grande se alguma igreja for queimada"

Os austriacos do Belphegor virão pela quarta vez ao Brasil. Será uma turnê para promover o mais novo álbum da banda "Blood Magick Necromance". Sucesso mundial com seu Black/Death Metal a dupla Helmuth e Serpenth, acompanhados de outros músicos, acabaram de fazer grandes turnês na América central e na Europa e agora é a vez da América do Sul, Com shows no Brazil, Venezuela e Comlombia.

Tradução feita por Renato Batista e Leandro Nunes.
Falando sobre estes shows, novo CD, carreira e assuntos polêmicos como queimar igrejas e atentados na Noruega, Helmuth, Vocal e Guitarrista do Belphegor concedeu esssa entrevista ao Blog Renatown.
Renato Batista - É um grande prazer conversar com você, e Começo falando sobre o novo álbum. No novo CD “Blood Magick Necromance” a banda utilizou elementos novos em suas músicas, tais como Orquestra, coro, violino... Também, Na faixa “In Blood - Devour This Sanctity” a banda foi inspirada pelo clássico compositor Johannes Brahms. O som mais clássico a partir de agora será algo sempre incorporado aos trabalhos do Belphegor?
Helmuth - Você pode encontrar influências clássicas em nossa música desde o lendário LP "Necrodaemon Terrorsathan" de 2000, mas nesse novo álbum nós superamos nossas experiências passadas com o gênero. A melodia do refrão de “In Blood - Devour This Sanctity” é inspirada no clássico "Hungarian Dance" # 1 do compositor Johannes Brahms (1833 - 1897). Tudo é mais épico, majestoso sabe, e este foi o principal plano quando começamos a criar as 8 composições.
Helmuth - “Blood Magick Necromance” soa exatamente como queríamos. Eu estou mais do que orgulhoso deste LP. Muito suor, sangue, o fluxo de energia entre as oito faixas, as letras e a capa, a arte da foto.
Renato Batista - Para quem ainda não ouviu, Defina o “Blood Magick Necromance”. 8 faixas de...
Helmuth - Intenso caos musical, repleto de magia, excelente e monumental.
Helmuth - Sabemos exatamente o que queremos, sabe. Eu diria que toda a equipe que trabalhou neste álbum/projeto realmente desafiaram a si mesmos. É tudo como uma cadeia, criar alguma coisa nova, sempre pressionando a nós mesmos.
Helmuth - O título diz tudo, o conteúdo lírico lida com tudo que é “Anti-Deus/Anti-vida”, sabe, cheio de sangue e morte. Também o forte sentimento anticristão é muito importante no Belphegor. Quero dizer, somos autênticos, quase ficando hermeticamente contra tudo, misantrópico com tedências ao nilismo.
Helmuth - Os versos e trabalho de arte são muito importantes, isso tudo tem que ser forte e extremo, para dar ao som um poder extra, mas no final a música impera sobre tudo, e continuará a ser, eternamente.
Renato Batista - Como o público e mídia receberam o novo CD? Como estão os comentários?
Helmuth - Incrível, nós tivemos muita atenção, também os comentários nos meios de comunicação/ revistas foram excelentes. Mas no final não é tão importante para mim. As pessoas que apoiam o Belphegor e compram nosso merchan, LPs, eles são os únicos em que estou interessado.
Helmuth - É por isso que ensaiamos pra cacete, para reforçar e melhorar como banda, eles só merecem o melhor, no formato LP, e também numa brutal apresentação ao vivo.
Renato Batista - Antigas gravadoras da banda tentavam controlar as letras dos CDs para que não houvesse futuros problemas pelo motivo das letras serem ofensivas a igreja etc. Atualmente com a Nuclear Blast a banda ainda sofre com esse tipo de falta de liberdade?
Helmuth - Censura foda. Eu desprezo essa devassa instituição nazarena. É merda para mim. Eles só tentam ter as ovelhas da horda sob controle.
Helmuth - “Não faça isso”, “não faça aquilo”... Esmaguem-nos!
Renato Batista - Belphegor é uma banda que não se apega a um idioma em suas composições. Às vezes cantando em inglês e Alemão, outras até no arcaico latim. Sei que o Latim é para “ferir” a igreja. Alemão por ser a língua local. O Inglês é para atingir todo o resto do mundo?
Helmuth - Sim, usamos além do alemão, o latim e o inglês naturalmente. Nós usamos nossa língua mãe pela primeira vez no EP 7 polegadas "Obscure and Deep" em 1994.
Cada verso é ligado, cada língua tem sua própria atmosfera, tenacidade em sua pronúncia. Essa é a principal razão pela qual temos vindo a misturá-las o tempo todo. Soa único, uma marca do Belphegor, sabe.
Helmuth - Além disso, você não consegue traduzir alguns dos versos antigos, magia, cânticos que nós usamos, porque o sentido seria apagado, ou as palavras não existem mais.
Renato Batista - Em uma entrevista vocês se consideraram ateus e não satânicos. Então o satanismo exposto nas músicas é uma forma simbólica para se contrapor à cultura religiosa?
Helmuth - Sim. Sem oração, sem engatinhar ou ajoelhando-se, nunca fizemos - Jamais!
Renato Batista - No Black Metal (principalmente na Europa) não é estranho ver atos contra o cristianismo, como queimar igreja. Qual sua opinião sobre essa atitude?
Helmuth - Há igrejas suficiente à volta. Aqui na Áustria você encontra em cada pequena aldeia quase 2 ou 3 igrejas, não é uma perda grande se alguma se queimar ou forem saqueadas, pelo contrário...
Renato Batista - O CD “Lucifer Incestus” (2003) tem uma grande fama aqui no Brasil. Vocês acreditam que seja o registro de maior sucesso da banda?
Helmuth - Todos os LPs do Belphegor têm seus fortes momentos, enquanto as pessoas estiverem dentro deles, Isso é bom para mim.
Helmuth - Lucifer Incestus é provavelmente nosso álbum mais explosivo, um dos dez mais rápidos CDs do planeta. haharrrrr.
Renato Batista - Belphegor possui 2 integrantes, certo? Quem acompanhará a banda no palco na turnê? Continuam Bernth, Süssenbeck e Marthyn?
Helmuth - Sim, nós somos dois desde o final de 2007, desde que meu amigo de longo tempo, Mr. Sigurd deixou a banda. Dediquei a ele uma música do novo álbum, chamada “Possessed Burning Eyes”.
Helmuth - É bom como é, Quero dizer que podemos trabalhar com mais rapidez. Eu não estou nessa merda democrática você sabe, você precisa de uma grande quantidade de energia, paixão, etc. Para liderar uma banda como o Belphegor.
Helmuth - De qualquer forma, Eu sou grato que tive tantos grandes músicos na banda, Também trabalhei com várias pessoas que fizeram letras para faixas, ou mesmo com os trabalhos de arte. É tudo sobre a qualidade e arte em geral.
Tiger: Bateria.
Helmuth - Serpenth e eu representamos o Belphegor. Voltamos com o Line up mais forte e que nunca visitou a América Latina.
Renato Batista - O Belphegor é uma banda que faz shows por todo o mundo. Atualmente fizeram turnê na América do Norte e na Europa e agora virão para a América do Sul. Pelos lugares onde vocês tocam como pode ser definida a cena do Metal extremo? Na Áustria pode ser considerada boa?
Helmuth - Não importa onde tocamos, sabe. Enquanto as pessoas estão curtindo é perfeito. E nos damos energia extra e tocamos nossas faixas no meio da multidão com agressão extrema, caos...
Renato Batista - Mais uma turnê pelo Brasil está por vir. O que a banda espera dessa mais nova vinda à América Latina?
Helmuth - Já era hora, é um verdadeiro prazer ser convidado novamente para a América do Sul por Sr. Eduardo / Tumba e Sr. Nelson / Sylphorium. E agora é a quarta vez que vamos ao seu magnífico país.
Helmuth - Essa invasão é especial, faremos 8 shows no Brasil (ao invés de 4 ou 5), o que é incrível, estou realmente ansioso para voltar, também detonar nas cidades que nunca tivemos possibilidade de tocar ainda. Faremos também Venezuela e três shows na Colômbia novamente. No total são 12 shows. O núcleo está pronto para detonar.
Renato Batista - O Setlist vai ter mais músicas clássicas ou as novas do “Blood Magick Necromance”? Músicas de Que CDs poderão estar presentes nos shows?
Helmuth - Sim. As faixas do álbum novo têm prioridade, fazemos a faixa-título “Blood Magick Necromance”, “Rise to Fall and Fall to Rise”, “In Blood - Devour This Sanctity”, “Angeli Mortis De profundis” etc, e naturalmente faixas mais antigas, como “Lucifer Incestus”, “Belphegor - Hells Ambassador”, “Justine - Soaked In Blood”, “Veneratio Diaboli - I Am Sin” para mencionar algumas.
Renato Batista - A Noruega sofreu com atentados recentemente. Partindo de princípios políticos, mas também com cunho religioso, levando em consideração que Anders Behring Breivik é um fundamentalista cristão. São mais mortes em nome de deuses? A banda tem alguma opinião sobre o assunto para compartilhar?
Helmuth - Nenhum comentário.
Renato Batista - O Belphegor vem de cerca de 80 shows por diversos países. Depois dessas grandes turnês a banda vai se dedicar a algum novo trabalho ou descanso? Quais os planos para o futuro?
Helmuth - Sim, temos um monte de planos, estamos firmemente reservados até Maio de 2012, sem descanço cara... Ainda estamos motivados, cheios de paixão negra, e prontos pra marchar em todo o mundo. Ao vivo nós somos uma das bandas mais extremas atualmente.
Renato Batista - Obrigado pela entrevista, grande honra, e deixe uma mensagem para os fãs brasileiros, em especial para a cidade de Recife e todo Nordeste brasileiro que está no aguardo dos shows.
Helmuth - Confira nosso novo monólito, “Blood Magick Necromance”. Um salve a todos os demônios, espero ver todos vocês na estrada para o inferno... Quando voltarmos e trazermos o caos. É uma honra, esse horror! www.belphegor.at.

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